quinta-feira, 23 de maio de 2013

O primeiro paparazzo ninguém esquece! By bus, may be cool!!!



O twitteiro Murillo Serra Costa flagrou-me no ponto de ônibus da Praça Esteves Júnior e publicou no Twitter, observando antes o seguinte: 

"Para quem achava que era papo de twitter, tipo promessa de candidato, era verdade: o @ernesto_turismo realmente deixa o carro em casa."

Muita gente que estufa o peito para falar sobre mobilidade urbana há décadas não pisa em transporte coletivo. Andar de ônibus em Florianópolis, no Rio, em Sampa, NY ou qualquer lugar, para mim é prática normal, natural, ecológica, cidadã mesmo.

Concilio o ônibus de forma consciente com caminhada, carro próprio, táxi e, em breve, com a primeira bicicleta decente para levar meu filho pequeno à escola na cadeirinha...

Acreditem: para certos percursos em Floripa é muito mais prático e descomplicado (e barato) ir de ônibus do que de carro. E vem de brinde conviver com um universo de pessoas bem maior, mergulhando mais profundamente nos falares, no pensamento da cidade, hoje diversificado em tantos sotaques e línguas...

E a paisagem! Ah! A paisagem! Nem se compara o ponto de vista privilegiado a bordo de um ônibus, sem preocupar-se com a atenta e aporrinhadora condução de um automóvel, que muitas vezes só nos entrega aos olhos a traseira do veículo da frente, cujo condutor ficamos a maldizer por isto e aquilo...

No ponto de ônibus notei a maior parte dos automóveis engarrafados no tráfego, talvez 90%, com apenas o próprio motorista a bordo, ocupando um espaço imenso, em prejuízo das centenas de pessoas que vinham nos ônibus mais acima na via.

Estou convicto de que na maioria das situações, antes de ser uma atitude irracional, não usar o transporte coletivo (ou a caminhada ou a bicicleta) é puro egoísmo mesmo. A imagem que circula pela internet exemplifica:


By bus!!! May be cool!!!

ATUALIZAÇÃO EM 28/03/2013:

Amigo Carlos Damião, colunista do jornal Notícias do Dia, registrou pensamento meu vertido no Twitter outro dia.



ATUALIZAÇÃO EM 23/05/2013:

Toda medida que facilite a circulação do transporte coletivo, mesmo que em detrimento do automóvel particular, é bem vinda. Estudos demonstram que em uma faixa exclusiva de ônibus, em horários de alta frequência, como nos horários de pico, leva-se de 10 a 12 mil pessoas por hora, em cada sentido. Já em uma faixa de automóveis, passam cerca de 800 automóveis por hora, cada um podendo levar no máximo quatro pessoas, sendo assim, são transportadas por hora 3.200 pessoas.

Ocorre que enquanto os ônibus na hora do rush estão lotados, os automóveis particulares lhes prejudicam a circulação transportando em geral apenas o próprio condutor. Inverte-se a priorização do uso do espaço público em favor do egoísmo e da irracionalidade. Ou seja, aquela conta otimista de 3.200 pessoas por hora em faixa exclusiva para automóveis, facilmente cai para abaixo da metade disto...

Amigo Tiago Silva, vereador em Florianópolis, soltou o verbo semana passada à tribuna da Câmara Municipal. Eu já o encontrei no transporte coletivo, que é como ele habitualmente se desloca. E não foi no "seletivo" e sim no "latão" mesmo. Discurso embalado pela força da verdade de quem usa diariamente o transporte coletivo para ir trabalhar. Considero desde já um libelo histórico. Imperdível!

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