quarta-feira, 27 de maio de 2015

Ponta do Coral refém da mediocridade


Este era o magnífico projeto original para a Ponta do Coral, com belíssimo paisagismo, marina flutuante, grande parque público com nove praças temáticas, decks náuticos, portinho pesqueiro, boas lojas, bares e restaurantes, centro de convenções e hotelaria de altíssimo nível, tudo a ser construído e mantido pela iniciativa privada. 


Um equipamento turístico e de lazer público de classe mundial, que transformaria um local inóspito e perigoso em um dos mais encantadores espaços de convivência comunitária do mundo. 


Foi sabotado pela mediocridade que grassa na Secretaria do Patrimônio da União e na Prefeitura de Florianópolis e pelo maniqueísmo ideológico que predomina no Ministério Público Federal. 

Sem argumentos técnicos ou jurídicos convincentes, proibiram o necessário e inofensivo aterro e o projeto teve que ser substancialmente diminuído.

Foram-se a marina e o grande parque público e restou apenas uma parte do hotel e da área comercial e de eventos, ceifando enormemente o espaço de lazer para a comunidade.


Mesmo assim, é algo infinitamente melhor para a cidade do que qualquer outra idéia alternativa proposta, pois o complexo turístico, além de tornar o espaço um local de grande importância sócio-econômica, gerando indispensáveis postos de trabalho, renda e tributos, finca ali a bandeira da segurança pública, com movimento e vigilância 24 horas em um um local que, de outra forma, se tornará território para marginais, tráfico e consumo de drogas e crimes contra os transeuntes.


Quando tudo parecia ir menos mal do que nada ter de realmente bom, surge a pífia alegação de que "vai atrapalhar o trânsito", como se um parque público (isolado, como quer uma minoria), por mais insípido que seja, não fosse gerar fluxo de tráfego relevante.

O fato, é que complexos turísticos têm um entra e sai de veículos (a maioria táxis e vans) totalmente diluído ao longo do dia e da noite, ao contrário de condomínios residencias e comerciais, repartições públicas e estabelecimentos de ensino, que geram enorme fluxo em horários determinados, a exemplo do prédio do MPF na mesma avenida e de um grande conjunto de edifícios residenciais em obras a poucos metros da Ponta do Coral, do outro lado da via.


É preciso dizer que o que gera problemas de mobilidade urbana não são a construção civil, a verticalização, o adensamento, a implantação de áreas comerciais em meio a residências. Tudo isto é uma grande solução: a formação de centralidades, estimulando a caminhada, barateando a instalação e a prestação de serviços públicos como saneamento, segurança e saúde e criando densidade populacional suficiente para atrair estabelecimentos prestadores de serviços e outros. Um círculo virtuoso urbano que se cria.

O que acarreta problemas de mobilidade urbana é a deformação cultural que privilegia o automóvel particular em detrimento de outras opções mais racionais de deslocamento, é a falta de investimentos em transporte público coletivo multimodal integrado, barato e de qualidade, é a falta de calçadas que estimulem deslocamentos a pé e de políticas de trânsito radicais que favoreçam o uso da bicicleta.


Merecem repúdio gestões municipais ineficientes, preguiçosas e demagogas, que, de braços dados com o bolivarianismo, preferem o caminho fácil e eleitoreiro de atacar a construção civil formal, lançando-lhe, com expressões como "sanha imobiliária", o anátema de vilã da mobilidade urbana e da degradação ambiental, ao invés de enfrentar com inteligência e ações efetivas os grandes desafios: do transporte público dissociado dos interesses da população, da falta de saneamento, dos loteamentos irregulares, das construções clandestinas e da incipiente geração de oportunidades pelo ambiente hostil ao desenvolvimento econômico (que criou distribuindo ineficiências).

O prefeito preferiu a segurança covarde de esconder-se atrás de pareceres jurídicos de conveniência, alinhados com um nefasto processo de engessamento do progresso promovido por um Ministério Público ideologicamente aparelhado, que faz da questão ambiental nova frente de ataque ao capitalismo.


Dizer que vetou o projeto "porquê o MP recomendou" é estabelecer precedente perigosíssimo, pois agora terá que se curvar a todas as "recomendações" que de lá vierem. É melhor, então, renunciar ao mandato e dar a chance de que a cidade seja administrada por alguém que não se submeta, por covardia, a terceirizar sua gestão "ao MP".

Como um pusilânime Pôncio Pilatos, o prefeito, lavou as mãos e está empurrando o redentor projeto turístico da Ponta do Coral a longo e oneroso calvário nas vias judiciais, de que, oxalá!, possa "ressuscitar" pela boa técnica aliada ao bom senso, unidos a serviço de um futuro mais promissor para nossa cidade.



3 comentários:

  1. FLORIANÓPOLIS À MERCÊ DE RECALCADOS E IGNORANTES DE CULTURA QUE PARECEM QUERER TRANSFORMÁ-LA NUM FAVELÃO...ÊSTE PROJETO ATENDE TANTO A TURISTAS COMO AO POVO EM GERAL....NÃO É A PRIMEIRA VEZ QUE ISTO ACONTECE...É A SINA DE FLORIPA : SER PEQUENA EM TUDO....ATRASADA...SEMPRE À MERCÊ DE QUEM SÓ QUER VÊ-LA NO PASSADO...LAMENTÁVEL..MAIS UMA VÊZ...

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  2. Pode parecer inacreditável, mas durante 10 anos participamos da direção do PFL E atual DEM, com o Cesinha Souza, inclusive sendo tesoureiro de uma de suas candidaturas.Que decepção! !! Never more!!! Publique-se!

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