O lageano Raimundo Colombo, agora governador de Santa Catarina
Escrevi um artigo há algum tempo e, hoje, no que toca à sua parte final, tem tom de profecia...
Conforme relato histórico constante do PLANO ESTADUAL DE RECURSOS HÍDRICOS DE SANTA CATARINA - PERH/SC, "logo após a fundação de Lages, (1766), a Câmara da Vila de Laguna determinou a abertura de uma estrada ligando-a ao planalto, acompanhando o curso do rio Tubarão. Esta estrada, com melhorias no seu traçado, é a que hoje, se denomina 'Estrada do Rio do Rastro'".
Portanto a abertura desta ligação entre o litoral e a serra catarinenses deu-se já no século XVIII.
Bem depois, no fim século XIX, segundo nos conta a obra A HISTÓRIA DO CARVÃO DE SANTA CATARINA, o engenheiro e político Polydoro Olavo de São Thiago, que foi vice-governador de Hercílio Luz em seu primeiro mandato (1894-98), "participou da construção da estrada carroçável da Serra do Rio do Rastro, ligando o litoral sul da província ao planalto serrano". Polydoro era irmão do meu trisavô, Joaquim António São Thiago.
O mérito do ex-governador Irineu Bornhausen quanto à Estrada do Rio do Rastro, em cujo curso há uma placa homenageando-o, de grande relevância para o desenvolvimento de Santa Catarina, foi dar início às obras que transformariam a antiga estrada carroçável em rodovia, permitindo o tráfego mais confortável de veículos automotores através da Serra do Rio do Rastro.
De outro lado, nunca foi levada adiante a tão sonhada ligação ferroviária entre o planalto e o litoral, autorizada já em 1888 pela a Lei Provincial nº 1.248 e por vários outros diplomas legais que a sucederam.
Conforme a obra FERROVIA NO PLANALTO CATARINENSE: UM TERRITÓRIO DE PASSAGEM a estrada de ferro "partiria de Florianópolis, passaria por São José, Palhoça, seguindo até Lages, Curitibanos, Campos Novos, de onde partiria para a região de Palmas e Boa Vista, no oeste catarinense".
O projeto foi engavetado com o fim do governo do lageano Vidal Ramos, em 1914, o que é uma pena, pois hoje tal ligação ferroviária teria enorme valor, inclusive para o Turismo - assim como se dá com a ligação ferroviária entre Curitiba e Paranaguá, criada em 1880 e hoje uma das mais famosas do Brasil, transportando milhares de turistas anualmente, que chegam a pagar R$120,00 pelo trajeto nos vagões mais luxuosos.
Esta ferrovia poderia ter dinamizado mais rapidamente a economia catarinense e estreitado profundamente os laços comerciais e pessoais do planalto com o litoral, além de ter poupado inúmeras vidas perdidas nos diversos acidentes rodoviários já ocorridos na Estrada do Rio do Rastro e na BR 282.
Está aí um bela bandeira a ser resgatada pelo senador Raimundo Colombo, lageano, que tem a pretensão de ser, um dia, governador: usar a posição no Senado para tirar a ferrovia Lages-Florianópolis do papel, a bem da indústria, do transporte público de passageiros e do Turismo catarinenses.
Uso do modal ferroviário pode ser maximizado com o empilhamento de conteineres
Quanto aos trens de passageiros, os projetos internos estão cada vez mais interessantes...
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