quinta-feira, 1 de outubro de 2009

ABIH-RJ diz que cruzeiros não prejudicam a ocupação hoteleira. Economia brasileira é dinamizada no litoral.

Alfredo Lopes, presidente da ABIH-RJ (foto Divulgação)

Alfredo Lopes, presidente da ABIH-RJ, afirmou ao site Hotelier News que os cruzeiros não prejudicam a ocupação hoteleira da cidade.

"É uma lenda que a hotelaria seja contrária à atuação deste segmento. Ele gera a presença de turistas com nível social elevado e alto poder aquisitivo, além de servir como um forte divulgador. Ninguém viaja todos os anos de navio, e retornar ao destino que passou rápidamente durante a experiência em alto mar pode ser uma próxima escolha", acredita.

Ainda segundo Lopes, os cruzeiros devem ser prestigiados e alavancados.

Não obstante tais felizes declarações, ele teria dito também que que "há uma necessidade de equilibrar a carga tributária para haver concorrência dentro dos parâmetros comerciais", defendendo "o pagamento de impostos por parte das embarcações, assim como os hotéis são obrigados a efetuar".

Aqui andou mal o competente presidente da ABIH-RJ.

De fato, é recorrente a fala de alguns poucos hoteleiros, que estão se tornando voz isolada no trade, de que as companhias de cruzeiro pagam poucos impostos, chegando um dono de resort a afirmar, levianamente, dia destes, que nenhum imposto é pago.

Apenas na temporada 2008/2009 as companhias de cruzeiros pagaram US$ 34 milhões em impostos no Brasil, sem qualquer anistia, enquanto que em Florianópolis, por exemplo, em março de 2007 foi aprovada uma lei que autoriza a prefeitura a conceder 50% de desconto em impostos municipais para a rede hoteleira.

Registre-se, é este o caminho que a hotelaria brasileira deve seguir: buscar a redução da sua própria carga tributária para que, ao menos assim, certos hotéis e resorts tomem a iniciativa de reduzir as elevadas diárias que cobram, tornando-se mais competitivos sem tocarem nas suas margens de lucro ou terem que investir em melhores práticas de gestão.


AGENTES DE VIAGENS GANHAM MAIS COM CRUZEIROS MARÍTIMOS

Existe um aspecto, porém, nunca abordado pelos hoteleiros: as excelentes comissões pagas aos agentes de viagens - foram US$ 37 milhões pagos na última temporada.

Mas não é só a com comissão sobre vendas de cabines, seguidamente maior do que a paga pelos hotéis, que os agentes de viagens faturam com os Cruzeiros Marítimos.

Por exemplo, o site do Jornal de Turismo informa que 10% do total de noites vendidas em cruzeiros CVC serão convertidas em noites a bordo, que poderão ser usufruídas pelos agentes de viagens em qualquer um dos quatro navios da CVC na temporada.

Rodolfo Szabo, diretor comercial de cruzeiros CVC, explica que a ação promocional é um benefício a mais ao agente de viagem: “Além da comissão já existente, o agente poderá viajar com a CVC ou até mesmo utilizar as noites acumuladas para formatar pacotes para parentes e amigos, representando assim uma nova oportunidade de ganho”, explica Szabo.

Aos agentes que acumularem noites, a operadora oferecerá acomodação em cabine externa, de acordo com o navio e a disponibilidade na data escolhida para embarque.

De outro lado, o portal Panrotas informa os agentes de viagens serão comissionados em 15% pela venda de estadias no estacionamento do Terminal Marítimo Giusfredo Santini – Concais, no Porto de Santos, no litoral de São Paulo.

“O estacionamento é um serviço fundamental que oferecemos aos passageiros. Muitas vezes por falta de informação, as pessoas deixam os veículos em locais distantes do terminal, e com isso enfrentam transtornos com o trânsito da cidade”, explicou o diretor de Operações do terminal, Flávio Brancato.


IMPACTOS ECONÔMICOS DOS CRUZEIROS MARÍTIMOS IMPULSIONA INFRA-ESTRUTURA BRASILEIRA

Por estas e outras razões, os Cruzeiros Marítimos geraram um impacto positivo de U$ 340 milhões na economia nacional na temporada 2008/2009 e, segundo Ricardo Amaral, presidente da ABREMAR, na temporada 2009/2010 o índice deve chegar a US$ 500 milhões.

Não por acaso diversas prefeituras e o trade turístico, ao longo de todo o litoral brasileiro, movimentam-se agressivamente buscando conquistar escalas de cruzeiros afim de dinamizar as respectivas economias locais.

Mesmo destinos já consagrados, como Búzios, que terá mais de 100 escalas nessa temporada, não dormem no ponto: o Porto Veleiro que recepciona passageiros de cruzeiros, está sendo totalmente remodelado e significativamente ampliado - em uma calculada corrida contra o tempo, pois o primeiro navio chega nos próximos dias.

O objetivo de Cadu Bueno, seu proprietário - e também presidente da Brasilcruise, entidade que congrega os portos turísticos brasileiros - é não só proporcionar maior conforto aos passageiros em trânsito como também recebê-los em maior número simultaneamente através da atracação de mais tenders, diminuindo assim o tempo para embarque e desembarque nos navios e em terra (em Búzios os navios fundeiam ao largo).

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